sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pelas sombras temerosas Onde vai esta canoa?Vai tripulada ou perdida?Vai ao certo ou vai à toa?Semelha um tronco gigante De palmeira, que s'escoa...No dorso da correnteza,Como bóia esta canoa!...Mas não branqueja-lhe a velar'água o remo não ressoa!Serão fantasmas que descem Na solitária canoa?Que vulto é este sombrio Gelado, imóvel, na proa?Dr-se-ia o génio das sombras Do inferno sobre a canoa!...Foi visão? Pobre criança! À luz, que dos astros coa, É teu, Maria, o cadáver, Que desce nesta canoa?Caída, pálida, branca!...Não há quem dela se doa?!...Vão-lhe os cabelos a rastos Pela esteira da canoa!...E as flores róseas dos golfos, – Pobres flores da lagoa,Enrolam-se em seus cabelos vão seguindo a canoa!...

Nenhum comentário:

Postar um comentário